MANIFESTO ANTI-SUPER-HOMEM...

…ou Super-Adúltero, tanto me faz. Parece impossível! O Super-Homem, aquele bastião da moral e bons costumes, aquele poço de caridade e compaixão pela raça inferior que são os humanos, afinal é adúltero! Mas está tudo louco!? Hein!? Mas que merda é esta?! Ainda por cima anda por aí disfarçado de sonso a dar aquele ar de caixa-de-óculos desajeitado, quando no fundo, mal uma pessoa se distrai, ele usa os seus super poderes para engatar as miúdas dos outros!

Levavas já um banano nas fuças, ó caixa-de-óculos, se não fosse a fobia que tenho de tipos com superpoderes, capazes de me derreter os genitais com um simples olhar da sua super visão laser, ou até mesmo de me congelar os globos oculares com o seu bafo super frio! É que há por aí cada sádico, livra!
Vai mas é roubar as miúdas dos outros lá para o teu planeta! Ai já não existe? Aguente-se, se calhar se fosses um gajo recto e transparente, que usasse os seus poderes só para cometer boas acções e, assim muito exporadicamente, para galar uma ou duas míudas, isso já não acontecia.

Eu nem quero imaginar a quantidade de super-pimpolhos que andam para aí espalhados pela galáxia: “Mamã, je suis cansado de empurré la roulotte…”, “Francelino Isaque de Nunes, tu empurra-me a roulotte! Olha que temos que chegar a Portugal ainda hoje. E ainda nem atravessámos os Alpes! Saístes-me cá um preguiçoso como o teu pai, esse malandro de uniforme azul e capa vermelha. Mas sempre tive um fraco por homens de lunetes. Agora cala-te que assim não consigo ouvir o Tony Carreira a cantar…”. E assim se passa mais uma viagem duma família qualquer emigrante portuguesa.

A designação Super-Homem não é correcta, pois se Clark Kent fosse facto um super homem, dava super-peidos e super-arrotos, tinha super-chulé e super-preguiça e dava super-tareias à mulher quando o glorioso não ganhava.

Confesso que nunca gostei muito dele, tem tão pouco de humano como o Noddy. Afinal o meu instinto estava certo. Se não tivesse super-poderes, era um daqueles lambe-botas cheira-cús do patrão, que viveria em casa da mamã, com uma data de manias obsessivo-compulsivas absolutamente inacreditáveis, completamente anti-social e tarado por pornografia infantil, com voz de molestador de crianças, que iria concerteza passar pela vida sem saber o que era viver. Coitado, já com os super-poderes é o que é.

Super-Homem, nunca serás um Wolverine, quanto mais um Batman…