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setembro 29, 2008

Paul Newman, 26 de Setembro de 2008

Morreu o Paul Newman, aqueles tipos que achamos que nunca vão morrer.
Porquê? É simples, vejam por exemplo “Butch Cassidy and The Sundance Kid”, 1969, “Cool Hand Luke”,1967, “The Hustler”, 1961 (“O Jogador”) ou mesmo “The Color of Money”, 1986 (“A Cor do Dinheiro”).
Vejam como se encarna o mais carismático dos “hustlers” do bilhar em dois momentos distintos da nossa vida e da vida do personagem, separados por um mero quarto de século. Não há palavras para o “Fast” Eddie Felson de Newman de tão autêntico que é.
Vejam Tom Cruise bem foleiro e chunga, bem à anos 80, no papel de Vicent Lauria, completamente ofuscado por um “Fast” Eddie Felson de Newman absolutamente…humano!
Sinceramente sempre pensei que “Fast” Eddie Felson realmente existisse, muito por causa de Newman. Confesso que não só gostaria que assim fosse, como também gostaria de o conhecer.
Dir-lhe-ia com a maior das sinceridades “Deixa-me ser teu amigo, pá!”.

setembro 26, 2008

Magalhães

Afinal, o tão badalado computador de fabrico nacional tem processador Intel e é montado na zona de Matosinhos, com 30% dos componentes made in Portugal. Sem querer embandeirar em arco, estimo que seja o suficiente para funcionar mal durante os primeiros 60 dias e não funcionar de todo a partir do 61º dia.
“Magalhães” de seu nome, será dotado de filtros de navegação e de controlo parental. As altas instâncias recomendam que a navegação na internet – a grande biblioteca global – seja sempre acompanhada de um encarregado de educação. Ora bem, se a malta não pode navegar na net à vontade pelas salas de chat e pelos sites pornográficos, então para que serve o computador? Para fazer trabalhos para a escola?
Vamos passar de um país de analfabetos que produz universitários que não sabem escrever duas frases seguidas de português correcto (da expressão oral, nem falo), para uma nação de analfabetos informatizados que produzirá exactamente os mesmos universitários com a mesma mestria na lida da língua de Camões.
E então com a ajuda do corrector ortográfico do Word, vai ser de chorar a rir. Mal posso esperar pelos exames nacionais daqui a uns anos, quando saírem aqueles emails das respostas mais descabidas. Só de pensar dá vontade de rir e logo depois, de chorar.
Ainda por cima com um monitor daquele tamanho, nem sequer dá para jogar como deve ser! Já estou mesmo a ver os putos do 5º e 6º ano super motivados com os computadores, claro.
Vistas bem as coisas, o “Magalhães” é um híbrido – estão na moda, agora. Uma espécie de cruzamento entre um telemóvel e um computador pessoal…mas em mau.
Eu também não me preocuparia muito, pois ao ritmo que vai andar a distribuição dos computadores, a malta que está actualmente no 5º e 6º ano que encomendou agora o computador, deve recebê-lo mais ou menos durante o último ano da faculdade ou após a conclusão do novo aeroporto em Alcochete.
Proponho desde já o nome para o modelo do próximo computador português: Ronaldium.Sim, é óbvio que já registei a patente…

setembro 15, 2008

Reclamar é saudável

Povo deste país, uni-vos e reclamai. Ou então fazei-o cada um por si – a reclamação, entenda-se – mas, acima de tudo reclamai. Chega de baixar as calças e ficar à espera, é preciso agir.

Usa-se as palavras “Qualidade” e “Certificação” com tanta cagança por aí, mas na hora de produzir eficientemente, de satisfazer as necessidades do cliente, de prestar um simples serviço com simples profissionalismo, continua tudo como há 50 anos atrás.

De que servem computadores nas mãos de analfabetos? De nada, só atrapalham… já a máquina de escrever era uma complicação…e juntando a isso uma dosezita de má-vontade, então é o descalabro.

Por isso, meus caros, quando em dúvida, há que reclamar. Por escrito, bem explícito, com datas, factos e, acima de tudo, nomes. Os nomes assustam apenas os incompetentes, porque quem não deve, não teme. Por outro lado, quem fica a dever tem de ser responsabilizado e chamado à pedra, e isto apenas acontece quando reclamamos chamando bois aos nomes. A culpa não é “deles”, é sim de determinado boi, que tem nome. É escrevê-lo, então.

Recusem-se a encarar a mediocridade como norma. Façam valer os direitos dos pagadores face aos deveres dos prestadores – eu pago, logo existo.

Eles (os incompetentes e os de má-vontade) são tão fraquinhos... Não estão habituados à contestação e à persistência, e as certezas que têm andam sobre pés de barro – ao mínimo abanão, caem logo.

Por isso, reclamem, é saudável, quase tanto como pagar impostos.

Taco & Fraque, Lda.

O cobrador do fraque, figura sobejamente conhecida nos dias de crise que correm, surgiu há alguns anos atrás, em país desconhecido, fruto da imaginação de uma qualquer mente perversa com muito tempo para ocupar.

A ideia é na realidade bastante simples, passa basicamente por levar o indivíduo alvo ao pagamento das suas dívidas usando a sua própria vergonha perante os seus pares sociais. A partir do momento que este é associado à imagem do cobrador de fraque, que o persegue à laia de um pinguim imperador, toda a gente sabe que está perante um caloteiro.

Pois bem, isto até não está mal pensado. Resultaria inclusive cá no burgo caso as pessoas tivessem um pingo de vergonha na cara – que não é o caso. O tipinho mascarado de pinguim imperador sujeita-se a passar um vexame ou a ser alvo de agressões à sua integridade física.

A minha proposta para ti, jovem empresário, já devidamente patenteada, é simples: Não há nada mais persuasor que uma rótula partida ou um braço ao peito, devidamente acrescidos da promessa de voltar. Pois então vamos criar o “Cobrador do Taco”, e exactamente da mesma maneira que se criou o do fraque, e nos casos em que o do fraque não obtém os resultados desejados, o caloteiro considera-se imediatamente habilitado a uma visitinha do cobrador do taco, acompanhado do respectivo instrumento de trabalho.

Reparem que até fica bem, esta complementaridade entre o fraque e o taco, entre a diplomacia e a força bruta, entre ser caloteiro e vigarista e andar pela rua com partes do corpo feitas em papa de sangue e/ou engessadas.

Esta ideia já está patenteada e estamos a preparar uma cadeia de franchise, pelo que quem quiser enveredar pelo ramo da recuperação de crédito, este é o rumo a adoptar.
No entanto, surgiu um pequeno problema de ordem logística – será que em Portugal há cobradores que cheguem para os caloteiros que aí andam?

Não obstante, e na senda da inovação empresarial que caracteriza os Macacos, estamos de momento a equacionar um outsorcing, que passaria pela contratação de trabalhadores de baixa qualificação oriundos dos países da Europa de Leste.

Este tipo de mão-de-obra, caracterizado normalmente pela ostentação de um ou vários dentes de ouro, peso corporal superior a 130 kg, estadia mínima em estabelecimentos prisionais de 2 anos (pena suspensa não conta, senão a malta do futebol inundava nosso call center), abunda no nosso mercado de trabalho.

Os requisitos mínimos para este tipo de função são a participação em pelo menos três assaltos pelo método do carjacking, dois bancos durante o horário de funcionamento ou um carro de transporte de valores em plena luz do dia a quarta classe e vacinas em dia. Carta de condução é opcional, oferecemos remuneração base e comissões. Temos também disponível a opção entre tiquets de refeição e vales de desconto na ortopedia do Hospital de Santa Maria, não acumuláveis com outras promoções e ofertas.

Ficamos portanto a aguardar as candidaturas.