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fevereiro 11, 2009

Dançarinos e Pamela Anderson

Alguém explique a este pobre macaco qual o motivo da atracção cega que a maioria das mulheres têm por bons dançarinos!
No refego da minha ignorância sempre achei que os homens denominados “bons dançarinos” eram o equivalente às “Pamela Anderson” que andam por aí: têm imensa piada para mostrar aos amigos quando se vai para os copos, mas o conceito acaba por se revelar muito mais interessante do que a pessoa em si.
Imagine-se a Pamela Anderson a jogar raquetes na praia, ou com um vestido de noite, ou no “acto” – todas aquelas carnes a abanar (bouncing, sim essas mesmo) não são lá muito agradáveis esteticamente, para além de que o nú faz lembrar um quadro dum cubista qualquer, onde, aos olhos de um leigo, reina o desproporcional não sexy.
O fascínio dos macacos pelo género Pamela Anderson vem do “primário badalhoco” que esta figura desperta nos mais recônditos recantos do nosso subconsciente.
No que concerne os tais “bons dançarinos”, talvez compreenda que a noção de “ritmo” seja interessante, mais ainda se aplicada noutros campos ou que as mulheres sofrem de um desejo patológico de “serem conduzidas” – tanto na pista de dança como na vida. Consigo até encaixar que um macho que se destaque dos restantes durante os rituais de pré-acasalamento porque tem umas penas mais vistosas, uns chifres maiores ou um odor corporal mais intenso, consiga mais fêmeas ou pelo menos tenha direito a escolher primeiro!
Mas, mais uma vez, acho que também aqui se aplica a ideia que o conceito é mais interessante do que o objecto em si: quantas mulheres quereriam fazer vida com um John Travolta ao estilo “Saturday Night Fever” – salvé, mestre – com o cabelo lambidinho cheio de brilhantina, de t-shirt e blazer de mangas arregaçadas à Miami Vice, com calças de linho e sandálias pretas, a cheirar a cebola e old spice?
Não entendo, expliquem-se.
As mulheres são autênticas nameques, do planeta Namec (já agora beijos grandes para as criaturinhas verdes com antenas desse maravilhoso planeta), cuja parença física com os macacos é mera obra do acaso...still, we love you.
Absolutamente desconcertante.

Translation:

Someone explains to this poor monkey whats the cause of the blind attraction what most of the women have for good dancers!
In the fold of my ignorance I always thought that the men when they called “ good dancers ” they were equivalent to "Pamela Anderson" that walk thereabouts: they have immense joke to show to the friends when if it goes for the drinks, but the concept is revealed again much more interesting than the person itself.
There is imagined Pamela Anderson to play racquets in the beach, or with a dress at night, or in the "act" – all those meats to shake (bouncing, yes those even) they are not there very pleasant aesthetically, for besides what the naked makes remembering a picture of an any cubist, where, to the eyes of a layman, the disproportionate thing reigns not sexy.
The fascination of the monkeys for the type Pamela Anderson comes from the “ elementary education badalhocs (discusting creature)” what this one imagines wakes up in the most hidden corners of our subconsciousness.
In what it concerns such “ good dancers ”, perhaps understand that the notion of "rhythm" should be still interesting, more if applied in other fields or what the women suffer of a pathological wish of “ being driven ” – both in the trace of dance and in the life. I get up to fitting what a male who is outstanding of the remainder during the rituals of daily pay-mating because it has a few more eye-catching feathers, a few bigger horns or a more intense physical odour, gets more female or at least have a right to choose first!
But, again, I find what also here applies the idea that the concept is more interesting than the object in you: all the women would like to do life with a John Travolta to the style “ Saturday Night Fever ” – salvé, master – with the hair lambidainhes(licked) fully of brilliantine, of t-shirt and Does blazer of sleeves rolled up to like Miami Vice, with trousers of linen and black sandals, smelling the onion and old spice?
I do not understand, explain.
The women are authentic nameques, of the planet Namec (already now big kisses for the green little creature with antennas of this marvellous planet), whose physical similiarity with the monkeys is a mere work of the chance. Still, we love you.
Absolutely disconcerting.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu, vetusta símia – após ter percorrido variadíssimas selvas, conhecido muito arvoredo, plantas de todas as espécies, lagos furiosos e águas impetuosas – vou tentar explicar (muito modestamente) o fascínio que exerce o dançarino/bailarino sobre a Fêmea.

Não prometo levar a bom termo esta árdua tarefa mas, pelo menos, vou arriscar. Posto isto, avancemos.

Para mim, há várias razões que justificam plenamente esta atracção fatal. Por um lado, temos a virtuosidade da dança – arte, técnica, beleza, perfeição. Numa palavra – Sublime. E aí brilham os bailarinos excepcionais, de eleição. Não há macaco que se preze que não se recorde, por ex. de Rudolf Nureyev! (vá lá... pelo menos este toda a macacada conhece). Ok, até aqui não convenci ninguém. Não é fácil imaginar um Nureyev numa pista de dança (casa de amigos, bares, discotecas...) com uma fêmea ao lado...Estes “intocáveis” são como aquelas finas porcelanas que só são usadas uma vez no ano (na melhor das hipóteses, no Natal).

Bem, se deixarmos os clássicos e atentarmos nos modelos mais frequentes, deparamos com alguns elementos fundamentais. O meu amigo símio (permita-me este afável cumprimento) esteve muito próximo. Falamos do ritmo! É óbvio que subjacente à noção de ritmo está a nossa insidiosa imaginação (ou não seríamos nós, verdadeiros macacos) que nos empurra inevitavelmente para outros horizontes, outras danças, ondulações, movimentos...

Contudo, sejamos sinceros. Não é só o ritmo que interessa. O quadro tem de estar bem composto, isto é, tudo tem de estar no sítio certo, no momento exacto. Como tal, o verdadeiro “macaco dançarino” (mais uma espécie emergente...) não pode, de maneira alguma, negligenciar o olhar magnetizante, os gestos frenéticos ou adocicados (conforme a música) e a colocação das mãos (pois claro, a macacada sabe o quanto elas podem ser perturbantes...). Todos os pormenores são importantíssimos no momento em que os machos se digladiam, ostensivamente, na arena ou na pista se preferirem.

E já agora, qual é a fêmea (na pujança de todas as suas faculdades) que rejeita um macho que meneia as ancas diabolicamente, que se cola lubricamente ao corpo da “partenaire” espalhando um hálito quente (benditas pastilhas de mentol), que frequenta o ginásio e usa um bom perfume? (Como toda a selva já percebeu, é óbvio que isto é uma pergunta retórica...).

E por falar em perfume, e a pensar na “atracção cega que a maioria das mulheres tem por bons dançarinos”, como o meu amigo símio referiu (permita-me este afável cumprimento) lembrei-me do filme “Perfume de Mulher”. Aí está. Perfeito! Uma cena de sedução inesquecível. Al Pacino (que interpreta o cego coronel Frank Slade) conduz pela pista Gabrielle Anwar – uma jovem e bela desconhecida. E passo a passo, deslumbrantes, deslizam ao som de um tango. Um encontro fugaz mas onde, apesar de tudo, é possível vislumbrar uma centelha de fogo, de energia, sensibilidade, de sedução. Neste caso, poder-se-ia dizer que é “apenas” uma mulher bela e um excelente actor que compõem um belo quadro. Pois é. Mas esta cena é bastante esclarecedora: a dança pode ser uma forma de sedução. Melhor ainda: a dança é, inequivocamente, uma excelente forma de sedução.

E aqui chegámos ao cerne da questão (eu diria antes, âmago da questão; “cerne” remete para uma gama de mobiliário). Que o diga Gene kelly depois de ter feito “Serenata à Chuva”. Vá lá...sejamos sinceras: quantas fêmeas não gostariam de cantar e dançar com Gene Kelly debaixo de uma carga de água, mesmo correndo o risco de resfriados, pneumonias e afins? Eu já me contentava em ser aquele bendito chapéu-de-chuva! Que espectáculo! E Fred Astaire, se ele não dançasse com todo aquele glamour alguma mulher olharia para aquela figura desconjuntada duas vezes? Não acreditam nas sábias palavras desta velha fêmea? Então não perceberam nada!

Vamos lá sacudir os pêlos, um passo para trás, outro para a frente, um, dois, entrem no ritmo...e venham sambas, merengues, salsas, tangos e sei lá que mais. Quem sabe se no final da lição, não estará por aí uma fêmea escondida pronta para partilhar a mesma árvore?