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setembro 15, 2008

Taco & Fraque, Lda.

O cobrador do fraque, figura sobejamente conhecida nos dias de crise que correm, surgiu há alguns anos atrás, em país desconhecido, fruto da imaginação de uma qualquer mente perversa com muito tempo para ocupar.

A ideia é na realidade bastante simples, passa basicamente por levar o indivíduo alvo ao pagamento das suas dívidas usando a sua própria vergonha perante os seus pares sociais. A partir do momento que este é associado à imagem do cobrador de fraque, que o persegue à laia de um pinguim imperador, toda a gente sabe que está perante um caloteiro.

Pois bem, isto até não está mal pensado. Resultaria inclusive cá no burgo caso as pessoas tivessem um pingo de vergonha na cara – que não é o caso. O tipinho mascarado de pinguim imperador sujeita-se a passar um vexame ou a ser alvo de agressões à sua integridade física.

A minha proposta para ti, jovem empresário, já devidamente patenteada, é simples: Não há nada mais persuasor que uma rótula partida ou um braço ao peito, devidamente acrescidos da promessa de voltar. Pois então vamos criar o “Cobrador do Taco”, e exactamente da mesma maneira que se criou o do fraque, e nos casos em que o do fraque não obtém os resultados desejados, o caloteiro considera-se imediatamente habilitado a uma visitinha do cobrador do taco, acompanhado do respectivo instrumento de trabalho.

Reparem que até fica bem, esta complementaridade entre o fraque e o taco, entre a diplomacia e a força bruta, entre ser caloteiro e vigarista e andar pela rua com partes do corpo feitas em papa de sangue e/ou engessadas.

Esta ideia já está patenteada e estamos a preparar uma cadeia de franchise, pelo que quem quiser enveredar pelo ramo da recuperação de crédito, este é o rumo a adoptar.
No entanto, surgiu um pequeno problema de ordem logística – será que em Portugal há cobradores que cheguem para os caloteiros que aí andam?

Não obstante, e na senda da inovação empresarial que caracteriza os Macacos, estamos de momento a equacionar um outsorcing, que passaria pela contratação de trabalhadores de baixa qualificação oriundos dos países da Europa de Leste.

Este tipo de mão-de-obra, caracterizado normalmente pela ostentação de um ou vários dentes de ouro, peso corporal superior a 130 kg, estadia mínima em estabelecimentos prisionais de 2 anos (pena suspensa não conta, senão a malta do futebol inundava nosso call center), abunda no nosso mercado de trabalho.

Os requisitos mínimos para este tipo de função são a participação em pelo menos três assaltos pelo método do carjacking, dois bancos durante o horário de funcionamento ou um carro de transporte de valores em plena luz do dia a quarta classe e vacinas em dia. Carta de condução é opcional, oferecemos remuneração base e comissões. Temos também disponível a opção entre tiquets de refeição e vales de desconto na ortopedia do Hospital de Santa Maria, não acumuláveis com outras promoções e ofertas.

Ficamos portanto a aguardar as candidaturas.

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