Caríssimos primatas, hoje acordei assolado por um dos grandes mistérios do Universo, e talvez mesmo lá de minha casa:
Mas por que raio é que, tendo um espaço tão grande para o "estado civil" no bilhete de identidade, este se limita a ser preenchido apenas com 3 letrinhas - SOL/CAS/DIV/VIU? Vá-se lá entender esta gente...será para poupar tinta?
março 19, 2009
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1 comentário:
Como hoje o 27 passa a 30 resolvi oferecer-lhe este presente. Espero que goste!
Caríssimo Primata,
Constato que ultimamente tem acordado muito. Umas vezes “assolado” pelos incognoscíveis mistérios da natureza. Outras vezes “duríssimo”, quiçá, assolado pelos cognoscíveis mistérios do corpo. Assim, aproveitando o facto de estar de olhos bem abertos, resolvi tecer algumas considerações sobre aquele importuno documento sem o qual o Homem não era ninguém – o famoso BI. É óbvio que estas profundas reflexões superam largamente as mais diversas metafísicas, religiões, filosofias, tratados científicos, ideologias que têm flagelado, “ab aeterno”, a complexa e perplexa Humanidade. Mas não percamos tempo. Prossigamos.
O meu amigo Primata não entende por que razão tendo um espaço tão grande para o estado civil, ou melhor “état civil/marital satus” (está na moda falar estrangeiro) este se limita a ser preenchido por 3 letrinhas apenas. Esta é fácil. Pura e simplesmente não vale a pena escrever o vocábulo porque é tempo perdido; só é necessária a abreviatura. Para quê cansar o funcionário? Basta “CAS” porque este passa muito rapidamente a “DIV”.
O que a mim me faz confusão é porque é que não se escrevem respostas precisas que muito poderiam ajudar aqueles que têm problemas de identidade. Por exemplo (e ainda no espaço reservado ao estado civil), onde está escrito “CAS” poderia estar: casado – mas pouco; casado – mas saturado; casado – às vezes; mal casado; recém-casado; apaixonadamente casado. Em relação ao “DIV”, poderia ser acrescentado: divorciado – graças a Deus! Divorciado – finalmente! Divorciado – até quando? No que diz respeito aos solteiros, poderíamos ter: solteiro – mas disponível; solteiro – eternamente encalhado; solteiro – graças a Deus! Por último, temos os viúvos: viúvo – mas não alegre; viúvo – à espera.
Outra reflexão proeminente. No espaço reservado à “altura” ou melhor, “taille/height” (que o pessoal gosta de mostrar que sabe línguas) para quê indicar 1,62 ou 1,80? Então mas isso é relevante? Não seria muito mais interessante substituir o espaço reservado à “altura” por um reservado ao “Aspecto”? Assim teríamos, “aspecto”: Óptimo, Bom, razoável, suporta-se, mau, péssimo, a evitar. Socorro!
Tenho a certeza que o indivíduo ficava com mais informações elucidativas a seu respeito. Afinal de contas, não é isso que se pretende? Acumular dados identificativos relevantes? Ora aí está!
Outro facto que nunca percebi: por que razão só há espaço para colocar 1 foto do indivíduo. Deveria haver pelo menos 2: antes da plástica e depois da plástica. Ou antes da dieta e depois da dieta. Realmente não entendo estes formatos...
Em relação ao espaço para colocar a “data de nascimento” ou melhor, “né le/ date of birth” (sim, nós os bravos lusitanos exalamos cultura pelos poros...) deveria estar: a verdadeira/a que aparentamos/a que gostaríamos de ter.
Por último, uma sugestão: o espaço “validade” ou melhor “validité/ expiration date” (que a malta gosta de mostrar que sabe, ou que copia bem aquilo que está impresso no dito BI) devia dizer respeito ao indivíduo, não ao pobre do BI que nunca lesou ninguém. Neste caso, o idóneo funcionário olhava para a pessoa e, muito profissionalmente, registava a informação relativa a essa alínea. No caso de se deparar com um indivíduo mais exigente, o dito funcionário, para demonstrar credibilidade e cientificidade, consultava a Maia ou o professor Karamba e escrevia: “validade” – 19/03/2009. 19/03/2009? – pergunta incrédulo o sujeito. Olha, parece que já fui! Já passei o prazo de validade.
Imaginam a macacada que seria?
Saudações macacas!
Bom fim-de-semana!
Hera G.
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